18/04/2011

Os Tigres Assustados




O que diria, @Sen_Cristovam , 10 anos depois de sua viagem na virada do século? O que teria melhorado depois disso? Temos muitas perguntas a fazer após a leitura de “Os Tigres Assustados” – Uma viagem pela fronteira dos séculos.
Na viagem, o autor percorre por Hiroshima, Coréia, Filipinas, Tailândia, Malásia, Indonésia, Cingapura e Tikal. Até o meio do livro eu não anotei nada e somente resolvi enfocar as partes que me intrigaram depois que vi essa frase:

“Os ricos são todos iguais, não importa o país onde morem; os pobres, nenhum se parece com os demais, não importa se morem no mesmo país.” Cristovam Buarque

Tenho a curiosidade de saber o que o viajante do ano 1999 falaria hoje desse paradoxo ricos e pobres, o que ele fez com muita habilidade no texto e que chamou a minha atenção para que trouxesse o tema para comentar.
Achei interessante também, a observação do autor quanto aos chineses e a cultura que é resguardada mesmo estando eles em países estrangeiros. É a prova de que conservar a cultura enriquece a todos.
Passando por Kuala Lumpur, o autor relata a diversidade convivendo harmoniosamente, o que também serve de exemplo para que possamos ver o diferente como algo a acrescentar e não a combater e usar de preconceito.
Ao comparar o sistema financeiro internacional com os crimes cometidos nas nossas cidades ou em qualquer outro lugar, ele nos dá a dimensão de que as consequências do sistema financeiro quando não controlado são mais perversas.
O autor em várias partes do livro relata o perfil do rico e do pobre, comparando os vários lugares de sua viagem.
As livrarias? Ah! Pode ser paradoxal, mas no Leste da Ásia eram maiores do que as dos shoppings brasileiros. Será que depois de tantos anos, isso ainda é a realidade?
Fiquei impressionada como o autor nos fornece uma percepção dos pobres e excluídos dos meios que conduzem a modernidade. E observa como os aeroportos servem para separar esses mundos e mantê-los bem distantes.
Tradição e modernidade não passaram despercebidas aos olhos atentos de Cristovam Buarque, que separa Oriente do Ocidente quando se trata de conservar os valores e tradições. E nós abrimos mão de tudo isso em favor da tal modernidade.
Há uma parte que ele fala do conceito de resiliência e chama a atenção para os indonésios e o Instituto Nacional de Resiliência. Eu não quero dizer mais para que sua curiosidade possa falar mais alto. Somente enfocar que perdemos muito quando não incentivamos a agricultura familiar, por exemplo, ou quando deixamos de valorizar os produtos orgânicos.

“A maior tragédia da crise é ter transformado em crise o que é uma tragédia da humanidade.” Cristovam Buarque

A omissão dos governos brasileiros quanto à educação e saúde é algo que não sai das páginas dos livros, jornais, revistas e nos comentários na internet em redes sociais até os dias atuais.

“Os estrangeiros reconhecem mais o potencial brasileiro do que o próprio Brasil reconhece.” Cristovam Buarque

A parte que mais gostei foi referente a Cingapura onde o futuro e o passado convive harmoniosamente e com muitas outras vantagens que não percebemos ao andar nas cidades brasileiras.
Intrigante é poder confirmar as palavras de Cristovam Buarque quando cria um paralelo entre pobres e ricos e os aprisionam uns aos outros, de um lado a necessidade e do outro o medo de encarar a forma de vida precária e miserável dos excluídos. Ele fala de uma forma bem mais explicativa que vale a pena conferir.
Eu gosto de deixar o leitor curioso e instigado a adquirir o livro e fazer suas conclusões. Encontrei, “Os Tigres Assustados”, de Cristovam Buarque, na biblioteca da escola onde trabalho e pude pegar para ler  e comentar uma pequena parte para vocês. O incentivo à leitura é muito importante e freqüentar uma biblioteca pode ser muito prazeroso.
Para finalizar, o autor cita o conto, “O Aleph”, de Borges, e compara o Brasil com esse ponto onde tudo acontece, o país de onde se pode ver todos os outros de uma forma global. É mais ou menos assim que eu entendi, mas é melhor você ler e opinar.
E com uma chave de ouro fecha o livro citando os sentimentos que o envolve e impulsiona à ação: indignar, sonhar e lutar.

Link relacionado: O Aleph - Jorge Luis Borges

2 comentários :

  1. Enriquecedor, envolventee instigante.Tenho de ler este livro correndo, mas ..o tempo, está mesmo curto. Vou adquirir o livro para ler no segundo semestre. Muito interessante, querida, os seus comentários.

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  2. Oi, Eloisa, o livro é realmente uma viagem junto com o autor Cristovam Buarque. E intriga-nos saber o que poderia ter mudado nos tempos atuais. Vale à pena conferir!

    Grande abraço!

    @soniasalim

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Sonia Salim