06/08/2015

Adeus Estatinas! - Entrevista com João Fernandes - Portugal



O estilo de vida Paleo/LCHF como sinônimo de saúde





Adornando a vida: Por quanto tempo você tomou Estatinas e como foi que a dieta Paleo/LCHF o ajudou a deixar esse medicamento?

João Fernandes: tomei só por alguns períodos de tempo, sempre que os médicos consideravam que o Colesterol estava alto e também quando acreditava que era importante baixar o seu nível. Nunca segui à risca as recomendações. Tomava e deixava de tomar. A título de exemplo nos últimos 2 anos que tomei, era recomendado um comprimido/dia e tomava de 2 em 2 dias ou 2 vezes/semana, conforme os resultados das análises. Até que um dia li um artigo sobre as controvérsias sobre o Colesterol. A partir daí fiquei de pé atrás e coloquei as questões ao meu médico. A sua resposta foi mostrar-me um dossiê com gráficos que consideravam o Colesterol como responsável pelas doenças cardio-vasculares e pelos enfartes cardíacos. Continuei a procurar informação na net,  até que em agosto do ano transato li o livro “Cérebro de Farinha” do Dr. David Perlmutter. A partir dessa leitura deixei as estatinas… continuei a procurar informação e hoje, com base nos estudos existentes, não tenho mais dúvidas que uma alimentação de baixo carbohidrato e altas e boas gorduras animais naturais são fundamentais para a nossa saúde em termos gerais.


Quando você tomou ciência da dieta Paleo/LCHF?

JF: houve 2 fatores que se cruzaram que facilitou o encontro com a minha reeducação alimentar. Informação sobre o processo evolutivo dos comportamentos da nossa espécie, onde interrogava-me que esse processo também deveria ser analisado de uma forma sistémica em todas as vertentes do ser humano, em especial na sua nutrição e o segundo fator foi precisamente essa busca incessante de informação sobre as controversias sobre o colesterol.


Você faz jejum intermitente? Fale um pouco dos benefícios que o JI pode trazer para a saúde.

JF: já fiz algumas vezes o JI, de 16 a 18 horas. Segundo vários estudos o JI promove a saúde pelo facto de reforçar o nosso sistema imunitário, diminuindo doenças e infeções, ajudando no metabolismo e reparando danos moleculares. Em termos práticos, poderei dizer que não senti qualquer alteração, pela negativa, quanto à minha funcionalidade corporal, em relação à rotina diária, no lazer, assim como no trabalho. A resposta do meu organismo a esta situação nova que não estava habituado (viveu muitos anos a metabolizar alimentos de 3 em 3 horas), foi normal do ponto de vista do viver diário e espero que interiormente tenha feito o trabalho que lhe competia: melhorar a fisioligia do funcionamento do meu corpo, visto de uma forma global.



Atividade física e alimentação é uma associação importante e diria mesmo imprescindível e inerente ao homem. Você que trabalha com Educação Física, fale para nós da importância de estarmos sempre em movimento.

JF: o homem evoluiu em movimento. A nossa estrutura esquelética e muscular está fabricada para produzir movimento. A função faz o órgão e o órgão faz a função. Vamos ter que nos exercitar para preservarmos a vida, já que esta é movimento. A evolução de um bebé, criança, adolescente e adulto reflete a evolução da espécie humana. Nós saímos do meio aquático, deitados, levantamos a cabeça, gatinhamos, de pé... brincamos, manipulamos, corremos e saltamos... nossa mente acompanha.


Os seus pratos são simples e ao mesmo tempo sofisticados pela beleza do colorido e prazeroso sabor. Quando você percebeu que poderia colocar a "mão na massa", ou seja, cozinhar e ter prazer?

JF:  nunca fui muito amante da cozinha. O meu cozinhar sempre foi simples e feito de uma forma rápida. Mas a partir do momento que tomei consciência da importância de comer em função do “fabrico” do meu genoma e que andava a ser enganado, em detrimento da minha saúde, coloquei mesmo a “mão na massa” e desisti da ideia que devemos “de comer de tudo de uma forma equilibrada”. Comecei a pesquisar e estudar o tema, de forma a selecionar os alimentos com os nutrientes vitais para a minha saúde. O que posso afirmar é que o meu corpo tem agradecido que coma comida reconhecida como saudável, dentro do meu princípio: “metade animal, metade mato”


As fotos que você posta no Facebook poderiam resultar num livro sobre o estilo de vida Paleo dando algumas dicas para os novatos. Este é um projeto para o futuro?

JF: risos… aproveito a minha página do Facebook para fazer passar a minha experiência e as mensagens dos “experts” na matéria. Tento seguir um estilo de vida que vá ao encontro dos milhares de anos do nosso processo evolutivo e partilhá-lo… por agora é esse o meu projeto. É o dia de hoje, muitos amanhãs vão surgir, vamos ver como vamos preenchê-los.



Os belos e deliciosos pratos feitos por João Fernandes






Carapaus alimados







Conquilhas abertas com alho, azeite e coentro. 



6 comentários :

  1. Muito grata, João Fernandes, pela gentileza da entrevista relatando a sua experiência de vida no estilo Paleo/LowCarb.

    Seja bem-vindo no blog "Adornando a vida". Eu fico feliz de saber que os seus exames estão excelentes.

    Parabéns pelos lindos pratos que poderão ser objeto de um belo livro no futuro. Cada um deles consegue mostrar a alegria que você deixa transbordar com os conhecimentos adquiridos em saúde.

    Felicidades! Abraços! Sonia Salim

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    1. Obrigado Sonia Salim pela sua amabilidade e oportunidade de partilharmos informação e experiências. Estamos no caminho... Bjs

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  2. Que cada pessoa tenha a consciência do quanto é importante ter saúde e busque seu caminho de acordo com a sua individualidade e seu organismo, levando em conta a sua genética. E com recomendação médica !!!! O mesmo vale para uma atividade física.

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    1. Sábio comentário, Fabiana Ratis, precisamos estar atentos numa orientação médica atualizada e pautada nos parâmetros científicos rigorosos.

      Muitos estudos se dizem científicos e estão aí para o engano de multidões. Se pegarmos o fio da meada e desenrolarmos os estudos científicos de Ancel Keys podemos chegar à conclusão de que ele deu grande contribuição, ao condenar a gordura saturada, para o que vemos hoje: epidemia de obesidade e doenças coronarianas.

      As pessoas correram das gorduras naturais dos alimentos, consequentemente tiveram de acrescentar mais carboidratos, e ainda apoiados nas diretrizes governamentais. Não deu outra coisa, erros em cima de erros, acrescidos de diversas doenças. Salve-se quem puder!

      Muito grata, querida, pela sua presença que sempre agrega valor ao nosso blog.

      Grande abraço! Sonia Salim

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    2. Aposto no equilíbrio e desconfio de tudo que seja radical. Sempre !

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    3. Eu aposto em comida de verdade (de panelas e tachos) e desconfio do marketing das industrias alimentares e farmacêuticas que querem vender gato por lebre.

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Sonia Salim