Julie
Playing a Violin, 1893 – Berthe Morisot
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Está tudo bem
A música me
acalma
O som do violino
é suave
A família está ligeiramente
feliz
Havia promessas
para o futuro
Por fim,
acabaram-se as esperanças
Eu fiquei agarrado
por um fio à vida humana
no momento da
metamorfose
As pessoas me
olhavam e fugiam
Eu fiquei muito
só porque causava repugnância
A mesma que eu
tinha pelo trabalho
que não
satisfazia aos meus anseios
Algo cansativo,
junto a pessoas monótonas
Eu não sabia
intimamente ou não podia dizer
que era pesado
carregar uma família
em que ninguém
trabalhava
E eu era tão
jovem ainda...
A situação, o
momento presente exige mudanças
Várias
transformações dentro do caos
Horas das
decisões, grandes realizações
Não para mim,
inseto em estado de inanição
Nenhuma salvação
Espere... ouço a
melodia que cura
Esperança vã, a
vida se esgota
As minhas
esquisitices são insuportáveis
ao convívio
humano
E chegou o fim
preciso ir... e
como um inseto
no fenômeno da
ecdise
deixar cair a
casca, o exoesqueleto seco
morto diante dos
homens
Sonia Salim
11/03/19
Poema
inspirado do no livro de Franz
Kafka - A Metamorfose.
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