Poema inspirado no livro de Thomas Mann - A
Morte em Veneza
O
cólera passeava silenciosamente entre as gôndolas
Navegava
nos estreitos canais da bela Veneza
O
escritor solitário ouviu os rumores
que
corriam em segredo nos bastidores
A
admiração e o encanto pelo belo
neutralizou
o medo, impediu a fuga
O
velho corpo sucumbia, o espírito animava
Enorme
contradição
Enquanto
um vento quente e seco soprava do mar
o
suor escorria pelas têmporas
causando
náuseas, mal-estar
Entretanto
o belo era um forte feitiço
que
movia o coração e mantinha a vida
A
urgência era sorver a juventude de uma só vez
algo
novo, bonito e saudável
admirar
o frescor da manhã
A
morte à espreita apressava
a
vida dentro do peito não usa disfarce
o
tempo impaciente não faz acordo
é
agora ou nunca mais
os
pés na água salgada do mar
o
silêncio, os olhares
a
falta, a despedida
e
o último suspiro
Leitura através do Clube de Leitura Icaraí
Lindo! Muito bacana capturar poeticamente a arte que existe no romance. Parabéns!
ResponderExcluirFico feliz de ter o seu comentário aqui no blog e saber da sua apreciação do poema. Eu imagino que a discussão sobre o livro tenha ocorrido nas diversas vertentes de opiniões o que constitui uma riqueza enorme. Sempre grata.
ExcluirColoquei um link no blog do clube de leitura pra tua página. Está na imagem do gondoleiro.
ResponderExcluirEu vi. Amei! O Clube de Leitura Icaraí é o máximo nas escolhas dos livros! Os poemas são construídos num impulso interno irresistível. Cada um deles representa a sensibilidade, a "menina dos olhos" para mim. Muito grata. Sonia Salim
Excluir