21/09/2012

A Última Carta


Autor: Hugo Feijó Fº


Parcas letras pareciam, daquele fosco papel, flutuar
Das inúmeras cartas enviadas, muitas nem recebia
Coisa de gente apaixonada que faz prosa sob o luar
Revelava uma certa tensão no modo como escrevia

Foram meses e meses trocando correspondência
Estava certo de ter encontrado minha cara metade
O tempo vai passando e cria-se certa dependência
Há sempre a expectativa, dias de muita ansiedade

Mas nas entrelinhas notava que havia grande frieza
Era preciso várias investidas para tentar conquistar
Eu ficava sempre aguardando uma grande surpresa
Ela não se apegava aos detalhes, parecia nem ligar

Talvez já estivesse com outro e não fiquei sabendo
Pareciam frases vazias que não partiam do coração
Quando a gente se envolve, acaba nem percebendo
Que as palavras ocas fluem desprovidas de emoção

Passado certo tempo, recebi um comunicado urgente
Quando sem pestanejar, abri o envelope todo faceiro
Qual não foi minha surpresa, ao ler aquilo de repente
Pois no aviso dizia que havia se casado com o carteiro




6 comentários :

  1. As vezes a vida nos prepara alguma coisa que nos surpreende. Vivi uma situação muito parecida. Kkkkkk
    Lindo poema.

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    1. É isso mesmo, Odila, quando menos esperamos a vida apronta conosco. rs

      Muito grata. Beijos!

      Sonia Salim

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  2. Linda poesia, com um "finale" digno de um Bocage, de um Augusto dos Anjos, rsrsrs

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    1. Boa tarde, Clovis, muito grata. O poeta Hugo Feijó a cada dia nos surpreende com seus belos escritos.

      Abraços!

      Sonia Salim

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  3. Que legal, gostei, beijosssssssssss

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    1. Bem-vinda, Francinete! É bom demais ver você por aqui. Beijos!

      Sonia Salim

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Sonia Salim