28/12/2009

A Arte de Escrever - Arthur Schopenhauer




Arthur Schopenhauer (1788-1860)


Obras mais importantes: O Mundo como vontade e representação(1819) e Parerga e Paralipomena(1851).


A Arte de Escrever é uma antologia de ensaios recolhidos de Parerga e Paralipomena.

Tradutor: Pedro Süssekind(1973), nasceu no Rio de Janeiro é doutor em Filosofia pela UFRJ, professor, tradutor e escritor.


Textos que mais gostei:


Pensar por si mesmo


"A mais rica biblioteca, quando desorganizada, não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada. Da mesma maneira, uma grande quantidade de conhecimentos, quando não foi elaborada por um pensamento próprio, tem muito menos valor do que uma quantidade bem mais limitada, que, no entanto, foi devidamente assimilada."

"Os eruditos são aqueles que leram coisas nos livros, mas os pensadores, os gênios, os fachos de luz e promotores da espécie humana são aqueles que as leram diretamente no livro do mundo."


Sobre a escrita e o estilo


"Por conseguinte, deve-se evitar toda prolixidade e todo entrelaçamento de observações que não valem o esforço da leitura. É preciso ser econômico com o tempo, a dedicação e a paciência do leitor, de modo a receber dele o crédito de considerar o que foi escrito digno de uma leitura atenta e capaz de recompensar o esforço empregado nela. É sempre melhor deixar de lado algo bom do que incluir algo insignificante."

"A lei da simplicidade e da ingenuidade, já que essas qualidades combinam com que há de mais sublime, vale para todas as belas-artes."

"Em todo caso, da mesma maneira que tenho restrições a conversar com uma pessoa suja e malvestida, deixarei de lado um livro quando o descuido do estilo me saltar aos olhos."


Sobre a leitura e os livros


"Além de tudo, os pensamentos postos em papel não passam, em geral, de vestígio deixado na areia por um passante: vê-se bem o caminho que ele tomou, mas para saber o que ele viu durante o caminho é preciso usar os próprios olhos."

"Quanto às obras ruins, nunca se lerá pouco quando se trata delas; quanto às boas, nunca elas serão lidas com frequência excessiva. Livros ruins são veneno intelectual, capaz de fazer definhar o espírito.

Para ler o que é bom uma condição é não ler o que é ruim, pois a vida é curta, o tempo e a energia são limitados."

"Escrevem-se livros ora sobre este, ora sobre aquele grande espírito do passado, e o público lê, mas não lê os próprios autores dos quais eles tratam."(...)

"Mas eu agradeço ao destino por ter-me conduzido, já na juventude, a um belo epigrama de A. W. Schlegel* que desde então se tornou minha estrela guia: 'Leiam com afinco os antigos,os verdadeiros e autênticos antigos: o que os modernos dizem sobre eles não significa muito."

*August Wilhelm Schlegel (1767-1845) poeta e crítico alemão.


Sobre a linguagem e as palavras


"A palavra do homem é o material mais duradouro. Se um poeta deu corpo à sua sensação passageira com palavras mais apropriadas, aquela sensação vive através de séculos nessas palavras e é despertada novamente em cada leitor receptivo."


¨


4 comentários :

  1. Olá. Gostaria do e-mail ou qualquer contato de internet da Sonia Salim. Seu blog me parece apropriado e interessante. Não encontrei isto no blog. Gostaria de poder conversar um pouquinho com ela na medida do possível. Acho que o blog fala, em parte, a minha língua. Vivo uma fase crítica em q procuro selecionar livros que alimentem meu espírito. Dou valor a isto.
    Grato.

    ResponderExcluir
  2. Olá, Osvaldo, obrigada pelo comentário e pela gentileza da visita. A princípio, vou deixar um endereço onde mais frequento nas redes sociais. Espero poder conversar mais com você para troca de experiências de vida e leituras.

    Grande abraço!

    @soniasalim

    http://www.twitter.com/soniasalim/

    ResponderExcluir
  3. Oi, Sonia,
    Acho seu blog excelente! Não participo de nenhuma rede social, mas faço questão de dizer-te, aqui, do quanto ele é importante no sentido de estimular a criação de novos leitores e escritores. Ontem, lendo, de Affonso Romano de Sant'Anna, o livro "Ler o Mundo", numa das crônicas em que ele fala sobre a literatura e a geração atual, assinalei um parágrafo que lhe peço licença para transcrever: "O iletrismo e a ileteratura só aumentam. Ah, se os que não leem soubessem que quem lê vive duas vezes: a vida real e uma outra que parece imaginária, mas que é indelevelmente real!". Ela foi escrita em 2002. Vejo que, nesses onze anos, graças à proliferação de Clubes de Leitura; blogs de literatura; debates literários etc. a situação vem mudando bastante. Parabéns! Elenir

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Elenir, é um prazer receber você aqui no blog Adornando a Vida. Amei os conhecimentos que você trouxe para nós, são nas trocas de mensagens, comentários que nós podemos enriquecer as postagens. Eu não faço resenhas detalhadas dos livros, apenas instigo a leitura com pequenos comentários ou trechos que possam chamar a atenção para o livro. Fiquei curiosa quanto à leitura que você trouxe para nos “cutucar” a vontade. Eu estou gostando de ler em conjunto no Clube de Leitura Icaraí, mesmo longe, não há problemas, pois a prática agrega valores à nossa vida.

      Fique por perto. Sempre bem-vinda!

      Abraços!

      Sonia Salim

      Excluir

Faço a moderação dos comentários, por isso ao enviar sua mensagem, aguarde pela aprovação. Comentários ANÔNIMOS ou com links NÃO serão publicados. Lembre-se de assinar!

Grata

Sonia Salim