09/02/2013

Triste Folia




     Hugo Feijó Fº

A vida fica meio sem ritmo quando a gente não se combina 
Apesar do descompasso, a felicidade um dia vai sorrir enfim
Tudo virou cinzas, nem de longe lembra Pierrot e Colombina
Ainda não me acostumei a viver de um jeito tão triste assim

Quando sua máscara cair, vou colocar meu bloco na avenida
As novas descobertas fizeram-me ser a pessoa que hoje sou
Nada de celebrar a nossa despedida com confete e serpentina
Visto que acredito ser possível juntar as partes do que restou

Contudo na tua ala da folia não encontro espaço para desfilar
Já estou preparado para qualquer imprevisto que possa surgir
Não quero vê-la com cara de choro quando o carnaval passar
Fazendo bem as contas ainda vai dar tempo para reconstruir 

Estou certo de que o meu canto será ouvido seja lá onde for
Nem quero estar por perto quando você revelar teu segredo
O sonho que tive outro dia, só serviu para aliviar a minha dor
Porém, minha fantasia não tem o mesmo brilho que o enredo

Já não tenho pressa, pode demorar o tempo que for preciso
Aqueles fatos alegres do passado não me deixam envelhecer
Descobri cada passo do caminho, não vou ficar mais indeciso
Não há fantasia ou disfarce, capaz de ofuscar meu alvorecer 

Um desejo ardente de fazer dessa minha vida um estandarte 
Ouço acordes vibrantes do coração ressoando sem desafinar
Serpentinas no palco da vida, preciso driblar o revés com arte 
Quando a cadência diminuir, já é hora do espetáculo terminar



4 comentários :

  1. Maravilhoso e lindo o poema

    ResponderExcluir
  2. Belo!
    Me vejo nessas palavras. Me identifico com cada frase. Provavelmente é a esperança que ainda carrego em mim de um dia ser feliz.
    Abcs Hugo e Sônia!

    ResponderExcluir
  3. Que as lembranças alegres do passado sejam um novo alvorecer nos nossos dias.

    ResponderExcluir

Faço a moderação dos comentários, por isso ao enviar sua mensagem, aguarde pela aprovação. Comentários ANÔNIMOS ou com links NÃO serão publicados. Lembre-se de assinar!

Grata

Sonia Salim