18/11/2012

A DOR DE MENINO



E o menino partiu
No silêncio profundo
Afastou-se, sumiu
Desapareceu no mundo

Levou com ele a dor
Sem cor e sem sabor
Mas com puro ardor
Do seu grande amor

Na fuga reabilitar
A perda que marcou
Um coração em mágoas
E o sonho que apagou

Não adianta ofertar
Suplicar ou disfarçar
Quando se tenta criar
A repulsa do odiar

E por isso o menino
Seguiu seu caminho
Pelo asfalto duro
A procura de carinho

E a cada cidadezinha
A beira do asfalto duro
O menino espera encontrar
Um amor que seja maduro

Mas por enquanto
O menino ainda caminha
Seguido pelo pranto
Sobre a contínua linha

Passou a andarilho
No acostamento abandonado
Por um coração de brilhos
Que o deixou perturbado

E assim seguirá
Maltrapilho e cansado
Até que encontre alguém
Que apague seu passado

E lhe dê novo amor
Verdadeiro e de paixão
Pra que volte a sentir
O pulsar do seu coração

       Alexandre Taissum


Poema-resposta para “Amor de Menino



10 comentários :

  1. De uma certa forma me identifiquei com esse poema, pois perdi algumas coisas ultimamente, sentimentos que parece que nunca voltam...ainda espero voltar a ter tudo de novo..amor pra dizer a verdade! belo poema...beijão Soninha ! :)

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  2. Lindo, Alexandre!

    Puro, profundo, encantador...fui sentindo a sua dor, ao passo que meus olhinhos liam ávidos os versinhos...dor de amor à procura q/ uma dia chega qdo menos se esperar só c/ amor!
    Fabiana

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  3. Agradecemos ao poeta, Alexandre Taissum, mais uma vez por ter nos honrado com esse lindo poema. Sucesso!

    Abraços!

    Sonia Salim

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    1. Como disse Khalil Gibran, "Vossa dor é o quebrar da concha que encerra vossa compreensão. Como a semente da fruta deve se quebrar para que seu coração apareça ante o sol, assim também deveis conhecer a dor. Se vossos corações pudessem se manter sempre maravilhados com o milagre diário de vossas vidas, vossa dor não vos pareceria menos maravilhosa que vossa alegria"

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    2. Cristina Ferber, eu gostei muito da indicação da leitura.

      Continuando em Gibran:

      "E aceitarieis as estações do vosso coração, tal como haveis aceite as estações que passam sobre o vossos campos.
      E passarieis com serenidade os invernos das vossas mágoas.
      Muita da vossa dor é escolhida por vós.
      É a poção amarga com a qual o médico dentro de vós cura o vosso interior doente.
      Por isso confiai no médico e bebei o seu remédio em silêncio e tranquilidade.
      Pois a sua mão, embora dura e pesada, é guiada pela mão terna do Invisível,
      E o cálice que ele vos dá, embora possa queimar os vossos lábios, foi feito com o gesso que o Oleiro humedeceu com as Suas lágrimas sagradas."

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    3. Oi, Sonia, vc pode também se maravilhar com os Titãs que cantam: "Queria ter aceitado as pessoas como elas são, cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração, queria ter aceitado a vida como ela é, a cada um cabe alegrias e a tristeza que vier..."

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    4. Oi, Cristina, você sempre traz excelentes reflexões. Obrigada, querida. Eu aprendi que por mais que nos esforçamos, há certas situações em que precisamos olhar a dor passando pela janela. Simplesmente, deixar passar, sem poder fazer nada. Ela é única. É a dor de cada um.

      Beijos!

      Sonia Salim

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    5. Saudade da minha querida amiga e poeta Cristina Ferber, que eu a chamo carinhosamente de “Menina dos Olhos de Esmeralda”. Uma linda pessoa que me cedeu seus ombros para que eu pudesse chorar minhas lamúrias.

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  4. Madrinha Sonia, obrigado por ceder o valioso espaço para postar esse poema no admirável blog “Adornando A Vida”.
    Também agradeço muito as manifestações de carinho e apoio dos leitores do blog “Adornando A Vida” que, acima de tudo, são fiéis amigos que nos trazem suas opiniões para que possamos melhorar sempre. Gostaria de passar a todos que comentam, se identificam e incentivam nossos trabalhos, o quanto bem nos faz.
    E, dando continuidade aos comentários que tem como base os escritos dos verdadeiros videntes da vida interior, sugiro a leitura do grande escritor gaulês Charlton Arkell que num trecho literário de “O Ser Amável” (1898), disse: “O peito pode ser duro, mas lá dentro, um coração sensível saberá externar o amor e dele prover o bom sentido da paixão”. Acredito muito nisso...
    Muitos beijos para todos e todas.

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  5. Outro dia eu disse pra alguém que a dor da ausência é sempre maior que a alegria da presença porque é um pensamento egoísta e se pensarmos pelo outro lado o sentimento também se inverte e se assim não for a gente perdoa e a dor já não será mais tão doida... @lclaudio9651

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Sonia Salim