29/06/2013

DOCE VOZ




Lindas são as poesias
Quando declamadas
Por sua doce voz

Com fascínios e estesias
E harmonias ajustadas
Concomitantes entre nós

Do coração vêm fantasias
Sob as letras encantadas
De belos poemas sós

Que expande as alegrias
Das emoções afinadas
Pelos carinhos entre nós

Fiel amiga surgida
Rompida da crisálida
Para sobrevoar minha foz

De onde é desaguada
Todas as lágrimas ácidas
Da minha solidão atroz


18/06/2013

Palavra e Sabedoria



"A linguagem humana é profunda como o mar, e as palavras dos sábios são como os rios que nunca secam."
                  (Provérbios 18.4)


15/06/2013

Deserto


    

Sinto o vazio da sua ausência
no assovio do vento
no silêncio e lamento
do ar quente na pele sensível
Foram-se as emoções
O restinho de esperança desapareceu
Só ficou a saudade
a ocupar o espaço da liberdade
que trazia um pouco de alegria
Você levou tudo e eu fiquei só
Amarga, ressequida
Consequência dessa paixão malresolvida
Eu entrei na sua vida como brisa suave
deixei o frescor da manhã e a jovialidade
E você passou pelo meu coração
com ares de deserto

 Sonia Salim

13/06/2013

Giselle Zamboni agita o Sesc Santo Amaro com a mostra #tuiteratura


tuiteratura


Desde que iniciou no Twitter, a curadora e criadora da mostra #tuiteratura, Giselle Zamboni, com seu espírito inquietante pelas artes, vem incentivando escritores e poetas a usarem as habilidades no microblog. Inicialmente com a hashtag #letras365 responsável pelo enorme fluxo diário de poesia em 140 caracteres, passando ao Sarau Literário que encantou tuiteiros dos mais variados pontos do Brasil, estendendo também a outros países, porque rede social é um campo ilimitado, sem fronteiras.
Eis que uma grande novidade chegou ao Sesc Santo Amaro, SP, um sonho se realizando. Sim, um sonho palpável!  É maravilhoso poder participar da alegria produzida pela mostra #tuiteratura, ver o sorriso largo de Giselle Zamboni no vídeo da TV Cronópios, sua voz expressando o prazer de tornar conhecidos os escritores tuiteiros. O que está acontecendo de 26/05 a 04/08 é muito mais do que isso, é tocar o mundo virtual, trazê-lo para dentro de nós.




Parabéns à Giselle Zamboni pelo belíssimo trabalho e também a todos os que tornaram possível a realização #tuiteratura.



12/06/2013

ÍCONE DO AMOR















  
     Hugo Feijó Fº

Quero fazer um atalho do meu coração no seu desktop
Espero que seja apenas o start para você se apaixonar 
Certamente um dos ícones mais originais do seu laptop
Não haverá mais desculpas para você deixar de lembrar

Ficando sempre em destaque para não esquecer de mim
Deixe espaço no seu HD para salvar minhas declarações
Se clicar duas vezes para abri-lo, sua dúvida vai ter fim
Aventura-se na rede a fim de esquecer suas imperfeições

Mergulhada em bits e bytes navega por entre vários links 
Quando entre arquivos e pastas parece ficar meio perdida
Acessando os diversos web sites com todos os requintes
Destaca-se nas redes sociais por ser uma pessoa querida

Se você vai deletá-lo ou não, somente o tempo irá dizer 
Tenho certeza de que você foi feita para mim sob medida
Se um dia desaparecer do nada, você vai querer reaver
Apenas quero dizer que você é tudo que eu quero na vida 


imagem de internet

09/06/2013

Trilogia - Jogos Vorazes - Suzanne Collins



Quando começamos a ler o primeiro livro, composto pela trilogia ‘Jogos Vorazes’, da escritora Suzanne Collins é difícil não avançar com rapidez até o final de toda a história. Eu diria até que somos tomados pela compulsão da leitura que nos envolve pela maneira simples, fácil e cativante da escrita, aguçando a curiosidade, nos direcionando a relacionar algumas situações do sistema de governo no decorrer da civilização e fazendo associação com algumas situações nos tempos atuais. A Capital mantém os seus 12 distritos sob rigoroso controle depois de haver exterminado o 13º até as cinzas. Não havia liberdade, eram todos vigiados e controlados utilizando-se do racionamento de alimentos que os fragilizavam. A TV também era programada para que todos assistissem as mesmas imagens dos jogos dos anos anteriores e assim lembrar a obediência à Capital como única solução. A cada ano dois jovens tributos eram sorteados de cada distrito para compor os Jogos Vorazes – que era uma espécie de entretenimento imposto pela Capital à custa do sofrimento até a morte de cada um deles, uns sobre os outros, até que permaneça um único vitorioso. E de forma muito criativa vai se desenvolvendo a história que também está sob a forma de filmes que agradam muito aos jovens. Quero ressaltar o personagem, Peeta Mellark, como o mais sensível e amoroso entre todos os tributos, uma personalidade firme e criativa, o único que dentro dos padrões de normalidade agiu de forma ética e humana numa sociedade atroz.



04/06/2013

Uma Vida Pela Arte - Antonio Carlos Ribeiro Jr


Uma educação de qualidade somada aos incentivos da família fez da vida de Antonio Carlos Ribeiro Jr. um grande estudioso das artes, especialmente da música e literatura acumulando, ao longo dos anos, conhecimentos dos mais variados, focando também a pintura, arquitetura, expandindo pelo vasto mundo cultural, trazendo até nós essas riquezas pela troca de saberes e experiências, fazendo-nos viajar virtualmente ou não, em grandes aventuras culturais e assim favorecendo a todos.


Adornando a Vida – O seu conhecimento sobre música é muito vasto. Fale um pouco sobre o que representa a música na sua vida. Quando foi que surgiu o seu interesse pela arte?
Antonio Carlos - Ao longo da minha vida, naturalmente, manifestações da cultura pop me chamaram atenção, me cativaram. Meu pai, funcionário público, tinha por hobby desenhar (e desenhava muito) foi também um grande apreciador dos grandes desenhistas e heróis das histórias em quadrinhos da época de ouro (décadas de 1920, 30 e 40). Claro, me influenciou a desenhar e apreciar os quadrinhos (gosto até hoje). Minha mãe, também funcionária pública sempre teve um gosto apurado (bastante influenciada pelos filmes de Hollywood, sempre gostou de 'Frank Sinatra' e 'Bing Crosby'). Ela sempre me disse que quando eu era pequeno, no berço ainda, ela sintonizava o rádio próximo a mim na rádio Eldorado AM - famosa à época (final dos anos 1950, começo dos anos 1960) por tocar muita bossa nova para os ouvidos paulistanos. Com cinco anos de idade me levaram ao cinema para assistir 'Ben Hur', de 'William Wyler', com 'Charlton Heston'. O meu pai adorava comprar enciclopédias - foi professor de geografia e história - e as lia sempre ao meu lado fazendo com que eu me acostumasse a segurar os livros, folhá-los, ver as fotos, e me explicava sobre diversas coisas que ali estavam escritas. Com seis anos de idade um fenômeno de sucesso na televisão me pegou em cheio: a Jovem Guarda, na TV Record. Assistia todos os programas. Ganhei discos do Roberto (o primeiro foi ‘O Calhambeque’), do Erasmo e fui estudar piano e violão por conta disso. Daí para assistir e gostar dos maiores programas musicais que a TV brasileira já produziu um pulo: ‘Dois na Bossa’, ‘Show do Dia 7’, ‘Roquete Pinto’, os maravilhosos Festivais etc... Por causa dos festivais vislumbrei, aos oito anos, com grandes artistas de sucesso à época como 'Elis Regina', 'Wilson Simonal' e 'Jair Rodrigues'. Ganhei o compacto de ‘Disparada’, com ‘Jair Rodrigues’ e ‘A Banda’, com ‘Nara Leão’. Com os festivais veio o “desbunde” com 'Caetano Veloso', 'Gilberto Gil' e ‘Gal Costa’. Só depois, mais tarde, fui entender o que foi a 'Tropicália'. Quando não estava na escola estava em frente à tv assistindo 'Nacional Kid', 'Batman & Robin', 'Vigilante Rodoviário', 'Ultra Man', 'Ultra Seven', os desenhos da dupla 'Hanna & Barbera', 'Os Agentes da Uncle', 'Thunderbird no Espaço', 'Perdidos no Espaço' e tantos outros. E ainda Roberto Carlos, e por causa do Roberto cheguei aos 'Beatles' (ao contrário de muitos).
Sabemos da importância de despertar o hábito da leitura desde os primeiros anos de vida. Como foi o seu despertar para a literatura e de que maneira você promove isso nas novas gerações?
Como disse anteriormente, o meu pai lia (revistas, jornais, enciclopédia e coleções) sempre ao meu lado fazendo com que eu me acostumasse a segurar os livros, folheá-los, ver suas fotos, me explicava sobre diversos assuntos ali escritos. A literatura chegou tarde, no colegial, de forma obrigatória, mas muito antes, por causa das enciclopédias do meu pai, ler sobre futebol nos jornais e na revista Placar (tinha desde o nº 1), resenhas de música também em jornais (recortava todas e colecionava) e na revista POP (coleção desde o nº 1 também) me ajudaram a criar o gosto pela leitura, a não ter preguiça de ler. Conforme fui amadurecendo - já na adolescência - e cercado por amigos (bem mais inteligentes do que eu) que já tinham o hábito, a prática da leitura de livros chamados sérios, fui sendo influenciado por eles e também por uma namorada de quinze anos que me apresentou simplesmente 'Clarisse Lispector', em 1976. Deu um nó na cabeça. (rindo) Éramos uma turminha bem diferente. Quanto ao incentivo aos novos (crianças e jovens) tento fazer o mesmo que meu pai fez comigo, agora com um ganho maior, utilizando a internet que é maravilhosa ferramenta, uma imensa biblioteca para quem quer aprender e estudar. Descobrir belas coisas.
Os livros digitais vieram para que tipo de público? Você vê possibilidades de melhor disseminação da leitura, visto que há disponível uma variedade de livros ao alcance do novo leitor?
Como tudo que já foi criado, e continuará sendo, pelas grandes empresas de alta tecnologia os livros digitais são para todas as idades. Caberá ao usuário gostar e/ou se adaptar as novas mídias, aos novos tempos, a nova realidade instaurada. O ato de ler, o gosto pela leitura, pra mim, acredito, dependerá de estímulos externos - pais, educadores, as companhias. O meio enfim.
Grandes mudanças, transformações efetivas são desejos de muitas pessoas. E a leitura pode proporcionar uma renovação gradativa da vida interior. Você poderia citar algum livro ou fato que teve relevante importância na sua vida?
Literatura, como todas as manifestações artísticas, enriquece a percepção da vida, do que está ao seu redor. Força você a compreender outras linguagens, te empurra para um nível mais alto a procura de novos signos, novos repertórios. Quanto mais absorvemos ideias e pensamentos acerca do sentido da vida, do porque existirmos (as sempre delicadas questões metafísicas) mais questionamos os valores e as regras sob as quais vivemos. Os horizontes abrem à nossa frente. O que e o quanto você melhorará, se renovará interiormente, pra mim, sempre será subjetivo, uma questão de foro íntimo. Mas que algo mudará e te transformará não tenho a menor dúvida. Um livro ou um evento apenas seria impossível de destacar. Há sempre um conjunto de fatos (intencionais ou ocasionais) que nos marcam a vida. Ganhos e perdas (físicas e/ou emocionais) pesam muito em nossa trajetória de vida. 'O Príncipe', 'Admirável Mundo Novo', '1984', 'Revolução dos Bichos', 'O Processo', 'As tragédias de Shakespeare', ''O Coração das Trevas (e o seu correlato no cinema 'Apocalipse Now'), 'A Idade da Razão', 'Henfil na China', a poesia de 'Rimbaud', 'Verlaine', 'Charles Baudelaire', 'Emily Dickinson', 'T S Eliot', 'E E Cummings', os filmes do Werner Herzog', do 'Chaplin', do 'Wood Allen', '2001 - Uma Odisseia no Espaço', 'Cabaret', a trilogia do 'Poderoso Chefão', três visões do amor completamente diferentes entre 'Império dos Sentidos', 'Annie Hall' e 'Casablanca' e tantos outros do cinema francês, japonês, italiano e alemão dos anos 1970 e 1980.
O avanço das novas tecnologias, a “democratização” da internet, as redes sociais – qual a sua percepção de tudo isso?
Como disse anteriormente a evolução tecnológica é inevitável, gostemos ou não. Haverá sempre a necessidade de refletirmos sobre o “como usar” essa tecnologia. Que benfeitorias todo esse novo universo nos trará? Quais serão as possíveis consequências do mau uso dessas tecnologias? Penso que como apreciador de literatura sobre distopia (algumas obras citei em resposta anterior) governos totalitaristas e repressores (mesmo os disfarçados em democracia) estarão inclinados à utilização de tecnologia para controlar as pessoas. Então, o perigo básico da internet é: a exposição exagerada do que somos, gostamos, com quem estamos, onde estamos, o que temos e por aí vai.